Da esquerda para a direita a turma do grupo do facebook do blog: Thomas Carvalho, Luke Silver, Eduardo Ferraz, Trevor Phillips, Metre dos centavos e eu. Ostentando na balada. Picture by my friend Eduardo Ferraz. Visit his blog: http://montagensetextos.blogspot.com.br/
Uma série de posts da blogosfera de finanças me chamou a atenção e queria dar meu pitaco. Primeiramente o Seu Madruga que participa do nosso ranking fez o post sobre “o preço da sotisficação” em que ele fala de como seus amigos idiotas começaram a entrar nessa de enologia (estudo de vinhos). Veja trecho:
Algumas pessoas próximas a mim eram exatamente como eu no que tange ao vinho até o ano passado, mas resolveram se aprofundar na enologia (é o estudo do vinho) e foram se especializando cada vez mais no assunto. Enquanto para mim vinho continuou tendo o mesmo gosto que sempre teve (vinho tem gosto de vinho, veja só você), para eles o vinho X passou a ser intragável "por ser emadeirado demais", o vinho Y passou a ser "enjoativo após a segunda taça, por ser frutado demais", o vinho Z passou a ser abaunilhado, defumado, rugoso, tanino, condimentado, amanteigado (?), amendoado, aveludado (!?),
aviadado, cassis, carnoso etc e tem seu gosto acentuado se acompanhado de cordeiro assado em forno a lenha ao molho pesto.
Então o Corey manda bem neste post sobre minimalismo falando de exemplos de como as pessoas se apegam a detalhes idiotas como ele mostra nestes trechos:
O cara tem um celular bom, com uma câmera de sei lá, 7.1mp e internet 3G. Lançam outro com uma super câmera de 7.2mp e internet 4g. Ele corre pra comprar esse celular avançadíssimo afinal esses 0,1mp farão uma diferença enorme na qualidade das fotos e a internet 4g também facilitará muito sua vida. Carro: meu carro de 20 anos e 12k faz o mesmo serviço que um Rolls Royce, mas as pessoas pagam uma fortuna pra ter um guarda chuva embutido na porta. Café: agora é modinha tomar café dos "arautos das montanhas da mogiana velha" como o tal (se existir, inventei esse nome agora) fosse muitíssimo melhor que outros. Mermão, Café Pilão é muito bom e barato, não existe justificativa lógica pra pagar mais caro por um café gourmet.
E finalmente ele dá uma dura em nós paulistanos falando que este idiota paga coisas caríssimas para fazer corrida (camisas especiais, bonés, óculos, braçadeiras, tênis sinistros caríssimos, medidores de performances e cardíacos), compram bikes caríssimas de milhões de marchas para andar nas ciclofaixas babacas do Haddad só no domingo ou na paulista como um canalha de merda.
QUAL O MOTIVO DESSAS COISAS ACONTECEREM?
Os dois textos dos amigos são excelentes e eu quero dar minha opinião falando do porque isto ocorre. Porque as pessoas precisam estar comprando bostas gourmets, coisas fodas para fazer qualquer atividade, desde física, gastronômica, transporte etc?
O motivo está na riqueza relativa e todas suas implicações junto com o mercado sexual. A riqueza relativa diz o seguinte com um exemplo: Uma pessoa será mais feliz se ela ganha 4.000 por mês e a maioria do seu círculo social/sociedade em geral ganha em média 1.000, do que ela ganhar 8.000 mas seu círculo social ou a sociedade ganhar em média 10.000 reais. Basicamente somos mais felizes se somos mais abastados que as pessoas e somos mais tristes e putos com a vida mesmo que sejamos ricos porém menos ricos que as pessoas.
Quando as pessoas começam com muita coisa de virar especialistinha em cerveja, vinho, comprar carros de modinha, comprar um monte de merda só pra correr e postar nas redes sociais assim como alta gastronomia (hamburguerias fodonas, sushis e temakerias da moda), a moda do camarote com baldinho de red bull e whisky Red Label nada mais elas estão tentando demonstrar maior riqueza relativa sobre as pessoas para tentar alavancar felicidade às custas da tristeza de seus pares.
Tudo na sociedade humana não passa de uma grande luta para se mostrar mais poderoso que o próximo. Estamos a todo momento tentando sermos superiores ao próximo, nos diferenciando, contando vantagens, avaliando como está nosso círculo social e nossa sociedade e a partir disso nossa felicidade é afetada duramente. Então a pessoa começa a tentar subir na riqueza relativa igualando as coisas como um mecanismo de defesa para sair da merda depressiva e tristeza e isso gera custos.
É Por isso que há sempre pessoas tentando se diferenciar para esmagar você na sua felicidade postando os lugares fodas que vai, querendo comprar mais coisas acima do que você tem.
Outro fator importante é o mercado sexual. Homens que apresentam status, poder, riqueza comem mais mulheres. Para apresentar isso é preciso comprar coisas diferentes e mais fodas e ostentá-las/apresentá-las para a sociedade. O objetivo final do ser humano masculino é foder bucetas. Bucetas querem dinheiro, poder, riqueza, status. É um círculo vicioso que os homens estão inseridos em que sua geração de riqueza está comprometida duramente pelo seu desejo sexual. De fato, pense só: O desejo sexual masculino via testosterona é mola motriz da civilização. Esse mesmo desejo sexual que o faz ganhar dinheiro e se esforçar, criar riqueza, é o mesmo que faz gastar isso na busca desenfreada por bucetas.
Aí juntando a riqueza relativa e mercado sexual tem a explicação do que porque há o preço da sofisticação e é tão difícil ser minimalista: Precisamos para nossa felicidade estar acima dos outros relativamente. Estar acima dos outros relativamente significa mais status, poder. Mais status poder e riqueza me dá mais buceta. Bucetas me deixam mais feliz. Para me manter feliz e manter bucetas eu preciso me manter com mais riqueza relativa, ou seja, gastar mais, ostentar mais, ter mais que meus pares imediatos.
E assim cria-se toda essa indústria. A indústria da infelicidade.
Forte abraço!