Histórias de transporte público
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Histórias de transporte público


Não há dúvidas que para o JPBF (jovem pobre beta feio) trabalhador o transporte público representa uma das principais tristezas de vida. Ele lhe lembra o quanto você é perdedor e quanto o bostileiro padrão é mal educado e quanto nosso país é sofrido e lixo.

Já passei poucas e boas e contarei rápidas anedotas que você também contará as suas histórias nojentas e tristes.

- Uma vez no metrô aqui em SP eu estava andando lentamente de manhã pro trabalho quando assim que saí da escada rolante olhei para a direita e vi uma certa discussão e aí diminuí o passo ainda mais pois adoro ver gente brigando, deixa meu dia mais feliz. De repente vejo um careca quatro olhos típico workaholic mais velho daqueles caras altos magrelos e discutia com um playboyzinho de social típico de SP porém mais baixo. O playboyzinho típico hoje em SP tem cabelo preto de gel e barbinha cobrindo o rosto. Qual foi minha surpresa que na discussão o careca magrelo velho quatro olho deu um SOCO na cara do playboy baixinho após tomar um gritão nas fuças. O playboyzinho surpreendido apenas disse “opa parceiro que é isso” e ficou chocado de olho arregalada enquanto via o careca indo embora. Essa imagem foi incrível pois a cara de impotência do playboy foi o retrato da tristeza do transporte público: Não há como escapar de se sentir mal nele.

- Nada mais triste no metrô quando vem aqueles caras ou crianças com o bilhetinho que deixam na sua perna distribuindo no vagão todo com uma mensagem triste para você comprar algo ou doar algo. Ou então aqueles falando mensagens em voz alta “boa noite nobres pessoas, estou aqui para vender um ciclete, 3 por 2 reais, eu estou aqui honestamente buscando o melhor para minha família muito obrigado que deus abençoes a todos”. Eu não sei porque fico profundamente desconfortável nessas situações quase que como pensando nojentamente “porque você não dá dinheiro, ele poderia estar roubando”. A cultura bostileiro do “eu podia tá roubando ou matando mas tô aqui” acaba contaminando até caras como eu fora da matrix. Obviamente nunca dou nada ou boto o fone no máximo pra não ouvir e finjo dormir aguardando irem embora.

- Eu não sei que espécie de força gravitacional meu corpo tem que quando estou em pé no metrô ou ônibus eu recebo 5.000 forças G contra mim e não consigo andar um passo sem parecer pesar 500 kilos.

- Motoristas bostileiros são famosos por quebrar o ônibus nas já horríveis vias imundas que temos. Freiadas sinistras, curvas em alta velocidade, quem está em pé corre riscos de vida todo dia. Até no metrô os condutores são pau no cus que adoram dar freiadas a todo momento em que se você não estiver ligada com certeza cai. Já tomei muitos pisões no pé porque o pessoal não aprende que o chimpanzé que dirige o metrô é um sádico que adora dar freiadinhas pra foder o povão.

- Uma vez fiquei preso na porta do metrô ao querer dar de esperto entrando de último momento e só tinha mulheres do lado de dentro. NENHUMA ME AJUDOU a me puxar e ficaram apenas olhando minha desgraça. Outra vez que estava indo ao MBA e minha mochila prendeu do lado de fora e estava prestes a me foder e um gorducho forte me ajudou a puxar a porta pra que liberasse a mochila. Merdalheres são patéticas, elas REALMENTE querem ver JPBF se fodendo.

- Não há nada pior que o cheiro terrível do metrô/onibus na volta do trabalho. A linha vermelha particularmente (que liga a periferia) e o trem que liga Osasco e corta a zona oeste tem um fedor mais forte. As pessoas estão fedendo do dia inteiro de nervosismos e “correrias” e é natural que o suor do suvaco comece a feder de forma maior devido os germes e bactérias. Para piorar as pessoas precisam levantar o braço pra segurar os corrimões causando uma sinfonia de mau cheiro terrível. É muito triste e humilhante ter que cheirar o fedor de gente estranha.

- Me irrita profundamente quando estou sentado em ônibus/metrô e fica algum homem em pé em que a cintura fica na linha da minha cabeça. É muito humilhante e em nenhuma sociedade seria aceitável isso. O pior é que não se pode fazer nada e os níveis de cortisol e adrenalina sobem pois é como se outro homem estivesse o afrontando e humilhando tipo, “estou com o pau na sua cara seu otário” e isso liga os instintos de proteção e luta mesmo que eu tente ser estóico. E assim mais um dia que mal começou é arruinado.

- Já pararam pra pensar na alegria que sente quando na sua linha de ônibus ou metrô que você consegue sentar e irá o caminho todo sentado numa boa? Que isso é uma coisa que você comemora e deixa-o feliz? Pois é. Algo tão patético e nojento é comemorado demonstrando como nossas vidas são uma merda nojenta por comemorar um assento livre.

- Eu nunca vi assédio em transporte público contra merdalheres mas uma vez eu estava voltando às 18 horas pra casa na hora do rush intenso de sexta e acho que algo ocorreu nos metrôs que fez eles ficarem absurdamente lotados. O meu vagão ficou intensamente cheio e cada parada as pessoas empurrava de forma violenta umas às outras para entrar de forma cruel e grossa, gritos, ódios, xingamentos, fedor. Nesse empurra empurra eu me localizei mais na porta e uma diabolher acabou ficando sem se mexer e ficou com a bunda atolada de costas contra mim. Não havia como se movimentar e sair daquela situação e a cada parada mais gente entrava ou nada mudava e ela com o corpo totalmente contra o meu. Ela ficava meio desesperada sem saber o que fazer e eu parado. Eu tentei tirar meu pau da bunda dela fui meio pro lado mas as costas dela todo ficaram no meu peito e seu cabelo no meu nariz o tempo todo. Não havia o que fazer. No meu ponto consegui sair com muito custo.

- Já perdi a conta das vezes que eu todo feliz indo embora pra casa no horário planejando várias coisas pra fazer e de repente cai uma chuva violenta e fode todo o trânsito e você leva 2 a 3 horas pra conseguir voltar pra casa. Quantas vezes o metrô dá um problema operacional e você fica preso dentro do vagão ou esperando e nada do negócio vir. Horas e mais horas de vida no lixo, noites e manhãs destruídas. Aliás, tentativas de suicídio são comuns no metrô de SP fodendo todo mundo.

- Observem bem o olhar de tristeza na segunda feira no rosto das pessoas caminhando para o ponto de ônibus e metrô ou dentro deles. Em São Paulo é um mundo de gente por todos os lados mas é incrivelmente interessante, devia-se fazer um estudo de decibéis  ao observar na segunda de manhã que milhares de pessoas estão caminhando lado a lado com pouco espaço porém em completo e absoluto silêncio fúnebre como se todos estivesse caminhando para um lugar terrível, só se ouve os passos, NENHUMA VOZ é escutada. Agora compare na sexta a tarde na volta. Mais conversas, mais barulho, mais gente junta andando, mais expressões de contentamento. É patético como as igrejas protestantes e empresários retardados além de gurus vendidos capitalistas adoram falar “do comprometimento do trabalhador” que “trabalhador não quer só dinheiro ele quer ser reconhecido como ser humano e ser feliz no trabalho”. PAU NO MEIO DO SEU SEUS FILHAS DA PUTA. TODAS AS PESSOAS estão quase se suicidando segunda de manhã, a energia no ar é quase esmagadora de tão ruim que é, NINGUÉM GOSTA DE TRABALHAR E NUNCA GOSTARÁ PORTANTO PAGUEM SALÁRIO ALTO E ENFIEM O COMPROMETIMENTO NO CU. É muita canalhice achar que pessoas pegam um ônibus e metrô fedidos cheios de germes bacterianos atômicos aguentando uns aos outros, sofrendo com salários lixos e tarefas nojentas e acham isso o máximo. CANALHAS.

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Não deixe de contar suas histórias e comentários sobre transporte público ok?

Forte abraço!




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