Semi-conhecidos podem trazer oportunidades inimagináveis
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Semi-conhecidos podem trazer oportunidades inimagináveis


Costumamos esperar que boas oportunidades surjam ao se trabalhar duro ou trazidas por pessoas com quem temos vínculo de amizade ou parentesco, e talvez por conta disso muitos de nós cometemos o erro de não cultivar um bom relacionamento com as pessoas semi-conhecidas.

Tenho lido bastante sobre relações interpessoais e estou convencido de que, para alcançar o sucesso profissional e financeiro que tanto desejo, preciso aprimorar cada vez mais a forma como lido com os semi-conhecidos.

Não estou falando aqui de transformar semi-conhecidos em amigos, mas tão somente de manter uma ótima relação com eles, a fim de que eles se lembrem de minha pessoa quando oportuno for.

Se você sente incômodo quando encontra um semi-conhecido no elevador, quando cruza com um na rua, quando você marca algo com um amigo e ele aparece com um semi-conhecido do lado, enfim, se você evita os semi-conhecidos na medida do possível, como tanta gente faz por aí, convido-lhe a repensar a sua conduta também. 

Conversa padrão com semi-conhecido no elevador: "nossa, que calor está fazendo hoje, né?"
Refletindo sobre a minha curta trajetória profissional, observei que colhi muitos frutos simplesmente porque caí na graça de alguns semi-conhecidos.

Por exemplo: na universidade eu me dei bem com um colega de sala e ele me arranjou um excelente estágio numa repartição pública, que na época pagava bem mais do que qualquer outro estágio disponível nas redondezas.

Na repartição em questão eu conheci muita gente, pois fui designado justamente para a área de atendimento ao público, onde me esforcei ao máximo para atender o público da melhor forma possível.

Madruga atendendo ao público
Ajudei muita gente nessa época, pois eu era a única pessoa na repartição inteira que efetivamente se comprometia a resolver problemas, e como era de se esperar, a grande maioria das pessoas que ajudei não me deu nem mesmo um "obrigado".

No entanto, quando concluí a graduação e tive que sair do estágio, recebi propostas de emprego de alguns semi-conhecidos que frequentavam a repartição e me viram com bons olhos.

Aceitei a proposta de um desses semi-conhecidos e hoje somos sócios de uma empresa há muitos anos.

Os primeiros anos de empresa foram muito tensos, mas graças a uma semi-conhecida que também conheci no estágio, consegui fechar um contrato de R$ 100 mil que deu uma bela aliviada no caixa da minha empresa e me impediu de virar mendigo.

Eu não era amigo ou parente de nenhuma dessas pessoas que citei acima, e ainda assim cada um deles me ajudou de alguma forma, mesmo que em menor intensidade.

Essas pessoas não me ajudaram porque sou um cara bonito, mas sim porque, na perspectiva delas, eu era um semi-conhecido que sempre as ajudou quando foi necessário, mesmo não tendo a menor obrigação de ajudá-los, e graças a isso elas passaram a sentir simpatia pela minha pessoa, ao ponto de lembrarem de mim quando poderiam ter se lembrado de centenas de outros profissionais da minha área.

Mas porque semi-conhecidos foram tão importantes para mim, e de que forma eles podem se tornar importantes para você?

A explicação que li nas minhas leituras sobre relacionamentos entre pessoas é a seguinte:

As pessoas que você considera mais íntimas em regra passam muito tempo com você, ou frequentando os mesmos lugares que você, ou lidando com as mesmas pessoas que você já conhece. 

Por conta disso, elas tendem a passar menos informações sobre você a estranhos, já que vocês frequentam basicamente os mesmos círculos sociais.

Dessa forma, informações sobre sua pessoa (sobre como você é um ótimo profissional, por exemplo), não se espalham com a mesma intensidade que se espalharia se você mantivesse um bom relacionamento com um grande número de semi-conhecidos, já que estes podem (ou não) propagar informações sobre você para pessoas "novas".

Ao manter um bom relacionamento com um grande número de semi-conhecidos, alguns deles haverão de lembrar de você quando for pertinente, podendo transmitir alguma informação positiva sobre sua pessoa (que você é um excelente profissional) a pessoas que você não conhece.

A moral da história é que  um grupo de X semi-conhecidos que gostam de você, mesmo que não te considerem um amigo, pode "vender o seu peixe" com mais intensidade do que um grupo de X pessoas que você considera amigas, pois a informação repassada pelo grupo de X semi-conhecidos tende a alcançar mais "ouvidos novos" do que as repassadas pelo grupo de X amigos, afinal este último grupo meio que "vive no mesmo mundo" que você, logo tende a te trazer menos oportunidades inéditas.

Ao se tornar uma pessoa excessivamente focada nos laços de amizade/parentesco e desatenta ao relacionamento com quem não é amigo ou parente, você tranca boa parte das portas que poderiam conter boas oportunidades dentro.

O cara da esquerda é muito chegado nos amigos e parentes enquanto ignora semi-conhecidos por considerar que está satisfeito com o seu círculo social. O cara da direita dá a mesma atenção a amigos e parentes, mas sabe se relacionar bem com semi-conhecidos. Quem será que terá mais oportunidades?
De acordo com um dos artigos que li (link ao final do post), os semi-conhecidos tomam importância ainda maior no mundo dos negócios, onde o troca-troca de informações e recomendações sobre produtos e serviços é muito mais intenso.

Infelizmente eu não tive o tempo que gostaria para escrever este post, mas espero ter conseguido transmitir a mensagem do dia: preste mais atenção na forma como você lida com semi-conhecidos.

Só uma observação final: a não ser que você tenha um motivo muito bom para isso, não perca tempo cultivando relacionamento com semi-conhecidos da classe "D", "E" e pessoas abaixo da linha da pobreza. O tempo é um recurso que precisa ser bem administrado, e em regra você não terá nenhum retorno positivo vindo de pobres ou do mendigo da sua rua.

Aquele abraço!

Sugestões de leitura:

1) O post "O estagiário cara de cu e o poder do networking".
2) O artigo "The strenght of weak ties" de Mark Granovetter, publicado no American Journal of Sociology, Volume 78, Issue 6 (procure no Google que você vai achar sem dificuldades).
3) Todos os outros posts do meu blog, rs.



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