Happy Hour: A hora da tristeza de um pobretão
Dinheiro e Negócios

Happy Hour: A hora da tristeza de um pobretão


Happy hour é nome que se dá para aquele momento após o trabalho em que colegas de trabalho se reúnem para “confratenizar” e “relaxar” após um dia de trabalho.

Eu odeio happy hours que são uma maldita tradição paulista. Eu tento escapar de todas as formas possíveis. Tento inventar as desculpas mais esfarrapadas possíveis. Mortes. Compromissos. Deveres. Nada funciona pra sempre e ás vezes sou obrigado a frequentar estes momentos terríveis principalmente quando chefinhos babacões decidem convocar ou vão. Nunca falte um happy hour convocado por um chefe ou você está fudido. Sim a opressão cruel dos chefes ocorre até mesmo depois do trabalho, não há paz, escapatório destes seres canalhas dos infernos.

Quando se combina um happy hour é sempre o chefe ou um babacão fodão playboy que inventa que tem que comemorar algo. Quartas e quintas são vitimas destes dementes viciados em socialização inútil.

Chega nos happy hours é sempre a mesma merda. Eu tenho que pegar carona com um playboy fodão, sento no banco de trás (pois no da frente vai uma funcionária gatinha óbvio), e fico ouvindo as músicas que ele coloca, o cheiro de colônia masculina cagando o carro inteiro me contaminando e deixando as mulheres do carro excitadas enquanto eu fico lá com cara de bunda.

Chegando no local de merda do happy hour eu fico muito puto e preocupado pois, primeiro, eu bebo demais, ou seja, se eu tomo uma, eu tenho que tomar 20 e obviamente tem trabalho no outro dia e os playboys iriam ficar comentando entre si que o “pobretão é um beberrão” o que ficaria péssimo pra minha imagem no trabalho o que faz eu ter que ficar economizando e segurando bebunzice.

Segundo que eles começam a pedir um monte de merda pra comer, beber e eu sei que no final tudo será dividido na conta e eu fico muito irritado de ter que gastar a cota de lazer que tenha com pessoas que não gosto, não quero estar junto e que são chatas pra burro.

Os colegas idiotas mal se sentam sacam seus malditos iphones e galaxies para fazer esta merda de check-in no facebook e comentarem com quem estão e ficam meia hora digitando nestas merdas de celulares com seus amigos enquanto eu fico totalmente desconfortável com meu celular lixo de 60 reais que não faz nada dentro do bolso disfarçando ao máximo que posso. Vou ao banheiro, vou ao bar, vou na rua, até que as conversas e zueiras comecem. È terrível o meu sofrimento. Eu ODEIO smartphones.

Após algumas rodadas de cerveja as mulheres ficam soltas na própria mesa de colegas e alguns playboys tentam tirar vantagem obviamente. Os outros colegas homens passam para a caça nas outras mesas para explorar outros sabores. As paulistas idiotas se escondem por trás do alcool e de sua vida infértil, inútil, feia e workaholic para tentar caçar algum babacão gerente ou acima fodão para poderem se exibir para suas amigas ou ter status. Em São Paulo é assim, sexo no happy hour também envolve network, trabalho, dinheiro e workaholismo. Nojentas.

Obviamente um pobre feio como eu fica totalmente descolado dessas coisas. Sem chances com as coleguinhas e feio demais para arriscar a ser rejeitado na frente de seus colegas homens indo para outras meses eu disfarço ao máximo tentando ir bastante ao banheiro, fazendo “sumiços” na rua e no bar para “pegar bebida”. Uma tática que funciona é buscar pegar a mais bonita do grupo que normalmente tem como amiga uma feia e ficar conversando como aquele amigo gay que toda mulher gosta. Eu grudo nelas e fico lá disfarçando que sou amiguinho só para passar o tempo ou os playboys não me humilharem tentando me empurrar para mulheres lindas ou jogarem suas mágoas em cima de mim. Isso funciona muito pois mulher adorar amigos gays e apesar delas saberem que não sou gay, o fato de eu não dar em cima as faz me dar moral e passar o tempo. Triste, humilhante mas necessário para um pobre feio fudido como eu

Ao passar da noite muitos ficam bêbados. Aliás todo mundo. Começam as cantadas mais fortes de pessoas intra-empresa o que é perigoso pois gera comentários porém alcool faz todos fazerem merdas. Como sou forte eu só fico no balcão observando, o que é uma vantagem de ser pobre alcoolotra. Eu só faço merda no bar do meu amigo (cair, falar que vou abrir bar, dar em cima de coroa de 50 anos, fazer proposta de franquias, sociedades, ir no puteiro, empurrar colega pra travesti), porém em happy hour eu fico como um marujo observando a maré anotando mentalmente o que está rolando. A vagabundagem das paulistas que no trabalho com suas tatuagens nos pés (moda fortíssima na cidade) se acham as perfeitas, poderosas e intocáveis, dá lugar para um comportamento nojento, imundo e propenso a ficar com os mais babacas, fortinhos e ousados. Eu fico horrorizado, as mulheres mais feias aproveitam para anotar para falar mal depois. Os playboys que se deram mal ficam putos e começam a ir embora.

Pego carona com o mais bêbado que mora perto. Sento no banco da frente. Começam os papos de amizade, de que sou “demais”, que “que bom que vim para a empresa”, que “vagabundo x é um filha da puta”, que “vadia x é muito gostosa”. Eu apenas digo que é verdade louco para poder dormir para voltar inferno no outro dia. Estes filhas da puta bêbados adoram dizer que são seus amigos durante o alcool mas no outro dia nem se lembram do que rolou. Eu não sou assim. Amizade é amizade. Se no bar, mesmo bêbado você fala uma promessa, ela deve ser cumprida. Canalhas.

Chego em casa triste. Gastei dinheiro, não peguei ninguém, não fiz amizades, ninguém quis saber de mim, nenhum amor, e estou cansado para o outro dia. Porque estes vagabundos insistem em happy hour?

Ninguém quer ser amigo de um colega opressor de trabalho. Trabalho é algo terrível. Happy hour não existe, é apenas para fodões que ganham bem e são bonitos e não para pobres trabalhadores.

Se você organiza, gosta, convoca ou faz happy hours, faça um favor e pare com essa merda ok? Pare de ser um grande filha de uma puta. Se você tem namorado/a e participa, outro vai tomar no cu pra você.

Relacionados: A comparação do fim de semana de um playboy e o meu fim de semana de pobretão, A tristeza de ser pobre e ver todos os ricos pegando as mulheres lindas, Todos são felizes e bem sucedidos no Facebook. Menos os pobretões como eu., A tristeza de ser um pobre em festa chique de ricos




loading...

- As Pequenas Alegrias E Travessuras De Um Pobre Trabalhador Na Empresa Privada
Trabalhar em empresa privada brasileira é uma das piores experiências que você pode ter na sua vida. Qualquer um pode confirmar. A maioria dos trabalhadores de escritório de empresas privadas como eu (nem vou comentar dos que trabalham em empresa...

- A Tristeza De Fazer Aniversário Sendo Pobre
Acordo. Mais um dia. Dia especial afinal é meu aniversário. Mais um ano de vida, mais um ano afastado da juventude mais um ano perto da morte. Bora fazer minhas coisas usuais, pentear cabelo, escovar dente, tomar banho. Tomo o café tradicional de...

- Você Sabe O Que é Ser Pobre Vivendo Em Cidade De Rico?
Bem, vamos compartilhar sentimentos dos pobretões de vida ruim do meu Brasil. Nos comentários não deixe de contribuir. Chegando final do mês, 5º mês do ano, e a vida segue vazia e sem alegria para os pobres. Até quando vai nosso sofrimento? Você...

- Reuniões De Trabalho: Um Pobre Feio Humilde Contra Playboys Bonitos Fodões
Uma das características do meu novo emprego é que o número de reuniões com clientes é bem maior que do meu antigo emprego além de reuniões interna intra-setores. Este é um post mal criado e irritado tal qual este link, então estejam avisados....

- A Humilhação De Ser Um Homem Que Nunca Viajou Para O Exterior
Uma das coisas que mais me deixa triste é quando você está em um ambiente conversando e começam as conversas sobre os lugares no exterior que foram e você fica lá com cara de idiota ouvindo o que as pessoas falam. Em São Paulo praticamente todo...



Dinheiro e Negócios








.