Reuniões de trabalho: Um pobre feio humilde contra playboys bonitos fodões
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Reuniões de trabalho: Um pobre feio humilde contra playboys bonitos fodões


Uma das características do meu novo emprego é que o número de reuniões com clientes é bem maior que do meu antigo emprego além de reuniões interna intra-setores. Este é um post mal criado e irritado tal qual este link, então estejam avisados. Todo post sobre empresas é mal criado fora do meu comum então eu gosto de avisar para não me acharem babaca.

Eu odeio reuniões. Reuniões são uma das piores coisas que existem na iniciativa privada. Chefinhos pau no cus bad boys adoram convocar reuniões. Sabe porque? Primeiro que 99% são uns narcisistas canalhas que se acham os hérois dos empregados e superior a Jesus. Isso faz com que ele adore liderar reuniões para falar alto, cortar pessoas, cobrar de forma cruel e “brilhar” na frente de todos se achando poderoso. Segundo que a sensação de poder que a reunião traz para o convocador e orador é alta e isso faz com que a testosterona aumente, a sensação de importância cresce então o respeito que ele não tem das mulheres na rua ou esposa em casa ele consegue dos pobres trabalhadores esforçados da empresa. Competição de esperma superior pura. As reuniões são absurdamente chatas, eu fico com fome pra burro, entendiado e puto com minha vida.

Dia desses eu estava lá triste olhando para o monitor fazendo tarefas humilhantes, incomodado com o fato que este emprego estava começando a ser uma merda como o antigo quando o coordenador babacão chegue e fala pra mim:

- Pobretão vamos fazer uma reunião com o cliente e você está dominando assunto X, faça uma apresentação sobre isso, me passe e amanhã vamos no cliente mostrar.

- Eu farei isso, que horas é a reunião?

- É pra ontem bonitão.

Legal hein seu FILHA DUMA PUTA. Primeiro seu canalha machão, não é assim que se comunica com uma subordinado. Segundo que passar prazos e orientar é SUA função. Palhaço. Ah se eu te pego na rua ou pego sua esposa... (ele tem uma mega aliança de ouro pra exibir a esposinha pros pobres solteiros fracassados do trabalho como eu).

Fiz a apresentação de merda. Passei para o cagão machão que se acha o Vitor Belfort no trabalho e ele mandou correções e eu corrigi.

No outro dia fomos na reunião no cliente. O gerente não pode ir de última hora que delegou para o coordenador machão para conseguir fechar alguma coisa com os clientes. Isso foi de grande importância para o coordenador bundinha pois ele mostraria serviço e responsabilidade. Vamos falar um pouco dele: Ele é um cara alto, típico playboy paulista, tem um sedan fodão (não vou falar pra não ficar na cara), formado em facul de renome, mora em bairro legal da zona sul e malha pesado e adora se exibir com ternos legais de nome.

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Eu sou uma merda que vai de busão pro trabalho, terno fudido, gravatas  ridículas desbotadas, feio, magro fudido da Etiópia, que mora em bairro merda e com família de pobres inúteis e alcoolotra frequentador de casas de massagem.

Este bundão chega pra mim e diz que é importante irmos bem, é vital e coloca o meu na reta caso dê merda. Como que é vagabundo riquinho? Peraí, eu sou um mero assistente pau no cu de salário lixo e você um coordenador, como o meu está na reta, se vender eu NÃO GANHO NADA seu vagabundo. Vagabundo. Vagabundo. Vagabundo.

Irritado e puto, baixo a cabeça e sigo triste com ele para o cliente. Chegando no cliente somos levados para uma sala sinistra de chique. O Coordenador está ansioso e olhando pra minha cara empolgado. Eu estou com minha cara de sempre de triste pensando na hora de ir embora. “Workaholic babaca” penso eu. O coordenador tenta puxar papo. Fala do jogo da seleção que ele vai e se eu vou. Digo que não. Começa a falar merdas de futebol. Para não humilhá-lo (todo pobre sabe tudo de futebol, tática, regras, escalação) apenas concordo triste com as merdas que ele fala. Babaca.

De repente entram na sala um monte de playboys de terno jovens, um mais forte e bombado que o outro (porra pareciam modelos, sem viadagem), cheios de marra, falando alto, gritando, fazendo moral, batendo na cadeira, jogando caderno na mesa, olhando demoradamente no olho meu, mirando dos pés a cabeça, avaliando. Com cara de mal eles falam direto “Bora começar aí, vamo lá, quero ver esses caras se é bom mermo”.

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O Coordenador manda então eu apresentar. Um frio na espinha corre em mim. Eu? Ele cagou nas calças e pediu para eu apresentar e que ele faria as considerações durante. Muito bem. Passo pra a apresentação. Começa a mostrar os slides da apresentação e as caras de ódio, raiva, sinais negativos com a cabeça iniciam nos playboys clientes. A princípio pego de supreso eu lembro de um lema que meu pai ensinou pra mim: “Seja pobre, mas seja orgulhoso. Não deixe as pessoas passarem por cima de você”. Sinceramente isso eu pensei na hora. Eu estou cansado de ser humilhado por ricos, de não ter uma mulher bonita na vida e eles terem, não ter nada, carro, nada, nada é bom na minha vida, nada. Pensando nisso eu mantive a postura e levantei a voz e comecei a bater na cortina dos slides apontando as coisas, fazendo entonações. Quem vocês pensam que são seus merdas? Me respeitem.

Os playboys então ao final da apresentação começam um massacre de perguntas. Gritam, fazem suspiros após MINHAS RESPOSTAS (O coordenador estava congelado de medo), batem na mesa, abrem os braços, tocam uns aos outros, riem, botam a mão na cabeça, fazendo sarcasmos. Eu respondo a tudo conforme o conhecimento que tenho no produto e na análise que EU FIZ.

Após tudo isso o coordenador pra fechar fala umas merdas e tentar ver se fecharia alguma coisa. Os playboys não curtiram nada e disseram que iam ficar de ver e marcar. Claramente uma derrota.

Na saída na rua o coordenador começa a ficar putinho, preocupado, falando “porra que merda que merda, e agora, não deu, que porra foi essa”. Eu só fico quieto. Queria poder falar umas verdades pra ele. Dizer que ele é covarde. Que os playboys cliente estavam com a cabeça feita. Que era função deolle apresentar. Ele meio que tenta me criticar mais não pode pois não fiz nada errado. Ele sabe que foi uma bicha. Uma grande bicha playboy medrosa.

Moral da história: O gerente ficou surpreendido e não curtiu muito. Vai tentar recuperar o cliente playboyzeira. Eu fiquei feio na foto por tabela obviamente além de ter sido humilhado por playboys desrespeitadores e tratado como uma mulherzinha por um coordenador covarde.

E ainda sou criticado por odiar trabalhar, odiar playboys e ser obcecado por ser milionário... Como eu odeio viver, como eu odeio paulista, como eu odeio ser pobre, como eu odeio a humanidade.




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