Uma das coisas mais intrigantes pra mim que respira independência financeira, dinheiro, que conta centavos e que adora saber da finança das pessoas é como que TODO mundo parece ter mais bens e mais dinheiro que eu. E já foi falado aqui por jovens pobres betas feios (JPBF) aqui do blog que também sentem isso.
Como diabos eu passo na rua e vejo periferentos marginais com melhores tênis, roupas, CELULARES que o meu? Como diabos eu fico toda hora sabendo da minha família de gente fazendo viagens incríveis 2,3,5 vezes no ano? Como que no meu trabalho todos parecem ter melhores roupas que a minha? Como que tem gente que frequenta o bar do meu amigo que são velhos, burros, ignorantes, estúpidos, votantes da demônia e tem carro, casa, apartamento, botou filho na faculdade e o caralho a quatro. NÃO GANHAM mais que eu, eu coloco 15.000 ações da Eletropaulo no fogo que eles ganham mais que eu. COMO ELES CONSEGUEM ISSO?
Devido o fato que a proporção de aporte minha gira em torno de 60 a 80% da minha renda isso significa que eu tenho apenas de 10 a 20, no máximo 30% do salário para gastar comigo (varia tanto porque eu também sofro de eventos não recorrentes das mais diversas ordens) e isso dá uma sensação de que eu nunca tenho grana. É engraçado isso pois ao olhar o salário parece que é muito para um homem solteiro morando com os pais gastar. De fato se eu torrasse tudo que ganho, ainda que às custas de minha saúde mental no trabalho, eu poderia sim ter um carro usado BMW ou SUV tranquilamente e poderia fazer 3 viagens por ano também sem problema algum sendo 2 pro Brasil e uma pro exterior. Mas quando chega no final do mês eu estou me matando pra bater a meta dos 4.600 reais de aporte que é o valor atual.
Ainda sim é meio foda porque o salário que sobra pra eu gastar comigo é ás vezes maior que a de um periferento e não tão longe assim de um playboy universibostário sem emprego. Mas ainda sim o sentimento que tenho e muitos JPBF’s é que não faço nada, não tenho nada, não saio pra nada, não me visto tão bem, não sou tão popular ou agitado como essa gente.
Este é o meu lado. Agora vamos falar do lado dos outros. Porque eles tem tanta coisa?
O segredo está no poder da prestação. Essa galera que gasta é a mestre das prestações. Eles tem várias prestações de várias coisas que tomam boa parte do salário e elas terminam em diferentes momentos. Assim que termina uma eles fazem outra e lá se vai mais um bem que compraram (roupas, celulares, mp3 players, acessórios, viagem, baladas, micaretas, shows). Apesar de burros financeiramente devido anos de prestações eles tem habilidade de saber comprar um bem atrás do outro colocando no limite máximo do salário.
É bom lembrar também que dívidas pro povo brasileiro não é sinônimo de desespero como é para asiáticos. O brasileiro se comporta que nem o americano sem ter a riqueza, inteligência e poder de compra dos caras, ou seja, o americano torra tudo mesmo e rola o cartão de crédito pra frente pagando o mínimo porque o juros é mega baixo, tudo é barato e por mais que reclamem emprego é o que não falta pra um merdalhão qualquer.
No Bostil a galera tem a visão que dívida nunca dá nada pois no passado realmente não dava nada. Isso é uma herança cultural que aumenta a confiança da galera em meter prestações sinistras e se atrasar se vira pra pagar ou “renegocia e foda-se”. É gente atrasando faculdade, carnês, carro, condomínio. Sabem que o judiciário brasileiro é uma bosta e e demorado então a pessoa vai tocando a vida. Essa situação vem mudando é verdade hoje em dia tomar o carro e ficar com o nome sujo estão ficando coisa séria e isso começa a cercar o bostileiro chimpanzé.
Outro fator que temos é que o chimpanzé e bonoba do Merdil precisa viver de aparência. Por ser muito social, muito extrovertido e muito metido, o merdilheiro precisa demonstrar que está bem, que está melhor, que está “progredindo”, precisa se comparar. Para isso ele faz uma vida extremamente de aparências comprando carros, roupas, prestação de apartamentos, eletrônicos, reformas na casa, na cozinha, salas de estar todas equipadinhas com móveizinhos, televisãozinha de 40 polegadas, enfeitezinhos, cortininhas, decoraçõezinhas, whisky red label na baladinha pra tirar fotinho, baldinho de budweiser no barzinho. O bostileiro precisa disso.
E a consequência é que ele vive no limite das finanças, rolando dívidas e prestações para manter a aparência que está bem.
E assim temos esta situação que no embate financeiro, por incrível que pareça um cara como eu que ganha muito acima da renda per capita de uma cidade como São Paulo e tem simplesmente 427 mil reais de patrimônio algo que um chimpanzé que ganha 2.000 reais mais décimo terceiro levaria 16 anos para juntar eu perco e perco feio.
Mas agora o bicho vai pegar. A crise de 2008 foi contida rapidamente pelo governo através do uso de sinistros mecanismos monetários e fiscais porém eles se esgotaram e não há mais o que fazer, a crise veio pra ficar e o ajuste vai ser mais demorado. A bonança passou e deve-se crescer mais devagar mesmo quando houver recuperação. Nestes 15 anos de incríveis crescimentos do PIB quem não estudou, se preparou, juntou grana está fudido. Quem imobilizou tudo num apartamento tosco, carro e em eletrônicos sofrerá muito.
Espero que você, chimpanzé gastador, esteja preparado e com o cu na mão pra não perder seu empreguinho não? Eu se perder o meu tenho não só o poder da Eletropaulo do meu lado para me tornar milionário (É FATO que ela se recuperará) mas também possuo um colchão financeiro que me sustenta tranquilamente por 3 anos vivendo ultra frugalmente. Levando em conta que eu tenho currículo e uma carreira em São Paulo, lugar de díficil competição profissional por isso eu ganhei mais experiência e violenta casga grossa e juntando que para se arranjar um emprego demora-se 4 meses a 6 meses eu posso meter a minha cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente.
E você? Continua lá ostentando no instagram e facebook babacão. Continua ficando com umas vadias de balada que adoram seu jeitinho de playboy folgadinho. Sua vida está por um fio. Não nos intimidemos JPBF’s, a guerra é longa.
Forte abraço!