A tristeza de ser um pobre não especial e sem talento
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A tristeza de ser um pobre não especial e sem talento


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Picture by my friend Bob Sacamano

Quando eu era pequeno minha mãe e parentes sempre falavam que eu era uma criança bonita. Era comum ouvir falar de tias, conhecidos e parentes que eu “ia fazer sucesso com as mulheres quando crescesse”. Essa percepção me acompanhou muito até minha adolescência quando um choque de realidade veio à tona: Eu não era uma das pessoas mais bonitas. Eu era na verdade zoado por ser um dos mais feios. Barrigudinho, cabelo tosco, acneíco nojento, pêlos por toda a cara descontrolados devido hormônios. Eu não era o mais bonito eu era um dos mais feios e eu pensava que eu era e seria um dos mais bonitos. Duro golpe que me persegue até hoje.

Quando eu era menor e adolescente eu pensava “eu sou especial. Eu sei que tenho um talento escondido. Eu sou um escolhido de Deus para fazer algo especial. Eu serei rico. Eu serei pegador. Eu sei que tudo o que eu praticar e treinar eu serei mais que todos”.

Isso significava na minha mente o que? Que se eu estudasse eu seria o top da classe. Que qualquer esporte, instrumento musical, idioma, jogo de computador, jogo de videogame, programação de computador, matérias da classe, cargo da minha empresa, tarefas do meu trabalho, qualquer coisa que eu fizesse se eu treinasse um pouquinho eu seria um dos tops.

A dura realidade sobre eu ser especial ou talentoso não veio tudo de uma vez. Ela veio aos poucos, em conta gotas, em pequenas doses de humilhação, fracassos, derrotas, desilusões.

Um exemplo foi sobre as minhas notas. Eu sempre achei que eu por ser um nerd merdalhento acneíco feioso que eu era talentoso nos estudos e poderia tirar notas poderosas e esfregar no futuro na cara da canalha do fundão e dos bullying. A partir da 8º série sofri duras derrotas dos bonitões, riquinhos e bullying da classe. Eles tinham talento para exatas. Eles começaram a tirar melhores notas em exatas mesmo sendo pau no cus. Eu comecei a mostrar forte fraqueza mental para exatas e o que eu deveria ser (engenheiro) se foi ali na 8º série. Todo mundo se dando bem nas notas, os que eu mais odiava. No ensino médio eram estupros em física e matemática violentíssimos e os bullers, riquinhos e bonitões já planejavam suas engenharias poderosas e eu admitindo derrota de que eu era um fracasso nas notas. Meu ensino médio foi completamente uma realização que eu era um dos grandíssimos submedianos. Eu não era o pior da sala nem estava no último quartil (25% piores) mas eu circulava um pouco acima ou pouco abaixo da mediana de notas nos simulados que tinha na escola que eu estudava antes do vestibular. Ali vi que eu era na verdade burro e mediano pra submediano. Eu nunca poderia ser um engenheiro ou médico. Pelo menos na minha época não era essa coisa facílima e ridícula para retardados que conseguem passar vendo videozinhos no youtube pra medicina. Era vestibular violento, cruel, duro, porradeiro, estressante, genocida, darwinista. Japoneses estuprando seu cu, mulheres sem testosterona e desejo sexual mijando na sua boca, riquinhos da positivo gozando no seu glóbulo ocular. Hoje um mendigo com internet 56 kpbs passa em vestibular pra ciências biológicas em estadual.

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Minha reação quando fico no centro das atenções de qualquer coisa devido o medo de descobrirem que sou um fracasso técnico e social em qualquer área da vida

Aí entrei pra faculdade e pensei, foda-se agora vou estudar o que eu “quero” e vou humilhar. Novos estupros dessa vez ainda mais violentos pois no 5º período tinha filhas da puta passando em concursos públicos de baixo nível mas que pra nossa idade na época eram salários incríveis. Todo mundo tirando notas fodas, os professores os amavam. Eu era um cuzão que sofria duríssimos pesadelos para conseguir estudar uma noite só antes da prova pra passar com notas grotescas. Na faculdade sim me formei com um índice de aproveitamento horrível e que ainda bem que já passei da idade das empresas cobrarem isso pois se não estava completamente arruinado.

Durante a faculdade e colégio eu já tinha me tocado que eu era um fracasso com as mulheres devido minha feiúra facial devido principalmente minha pele horrível da acne e meu rosto italiano que não é de bostileiro bruto pardo moreninho grotesco de queixo quadrado e meu corpo compacto e fino nas pontas. Aí na vida profissional veio mais duras porradas.

Eu sempre me achei ambicioso, que no ambiente acadêmico lixo eu era ruim pois não gostava de estudar e que no ambiente privado eu iria arrasar com minhas idéias poderosas, com meu trabalho bem feito, com minha capacidade de liderança e de dar “Lucros”. A realidade foi mais um estupro. O ambiente da iniciativa privada é de hierarquia, mandonismos, tarefas lixos zuadas, tudo dando errado, horários terríveis, chefes ditadores hitleristas loucos workaholics, de olhares feios, uma escravidão moderna completamente escancarada e chocante. Mais que isso eu vi que na verdade meus pares de mesmo cargo sempre oferecem duras ameaças contra mim, sempre fazendo melhores tarefas, tendo idéias melhores, mais talentos nos sistemas, na desenvoltura e pricipalmente na energia social necessária para lidar com as pessoas coisa que eu sou um completo fracasso.

Você se pergunta “mas como você teve tantas promoções e ganha um salário interessante se é tão ruim assim?”. Por simples perseverança burra, de bater a cabeça na parede, de resistir a tudo e a todos e uma dose de mascaramento de minhas fraquezas mais uma forte dose de esconder as emoções. Meus pares que sucumbiram na competição contra mim apesar da maior energia so social e talento técnico acabam falhando no emocional ou não tem a capacidade de observação que tenho. Eu sou uma farsa. Faço meu trabalho de forma mediana, no prazo, nada impressionante e sem tremer. Eles são mais talentosos, mais energia, mais criatividade, mas os que perderam pra mim na hierarquia corporativa falharam em querer fazer demais. No meu novo cargo a energia social é mais necessária e agora venho sofrendo duros golpes e não sei até quando irei sobreviver.

Outras coisas que me virei foi “bom eu posso ser ruim no meu trabalho, nos estudos, esteticamente, fisicamente mas eu sei que nos meus hobbies eu sei que posso ter talento e ser o melhor”.

Novos duros golpes. Eu já tentei aprender guitarra e fui completamente estuprado. Nunca consegui aprender nada. Fica aquelas bichas “afinando o instrumento” e eu nem isso conseguia. Era tão humilhante. Sobre UFC e lutas marciais eu sempre olho as lutas e penso “porra eu sei que resistiria bem aos golpes e aprenderia rápido as artes marciais e logo estaria bom tal qual dragon ball Z” aí quando me toco penso nos golpes que tomei na cabeça como uma vez que pateticament eu bêbado socava um travesseiro após a derrota do Brasil de 7x1 pra Alemanha e meu braço resvalou na minha cara e fiquei abalado pelo golpe e pensei “meu deus imagina um soco do Anderson Silva na cara direto”.

Nos esportes e na musculação eu pensava “basta treinar”. A realidade é que sou geneticamente fisicamente um cara fadado a ser um merdalhão magro com facilidade de ganhar gordura na barriga como todo perdedor genético imundo. Pensava que “se eu comesse direito e malhasse duro eu seria fortão e pegaria geral”. Não. Nunca serie como os fodões da rede globo e da novelinha malhação.

E finalmente uma coisa que eu me orgulhava que era minha habilidade com video games. Fiquei muitos anos se jogar é verdade mas no playstation 4 eu que pensava que logo pegaria a manha e estaria nas cabeças sou SEMPRE um dos piores em qualquer jogo. Isso pra mim é a gota d’água. Era a última coisa que eu poderia ser bom devido os anos de vício em games na adolescência que tive. Não. Eu sou ruim. Eu sou lixo. Eu sou um merdalhão.

Então agora que me aproximo dos 30 anos finalizando os 20 anos, eu parei pra pensar no final do ano (em que eu pensei muita coisa sobre mim) e me toquei que eu não sou especial. Eu não sou a criança que iria conquistar o mundo como eu pensava e meus pais e avós imaginavam. Não virei médico que iria ser o orgulho da família. O empresário importante que iria salvar a família da pobreza. Não sou o diretor de empresa incrível com seu bônus poderoso. Não sou um homem talentoso que toca instrumentos e anima as famílias e as mulheres. Não sou o cara que submete os homens em jogos da games. Não sou o cara fodão dos esportes bonitão pegador. Sou o futuro trintão tiozão com marcas de acne na cara, sem carro, com emprego sempre na corda bamba, estressado, com corpo fino magricelo lixo, que não consegue liderar e gerar admiração nas crianças e nos mais novos da família ou dos amigos e amigas das suas irmãs mais novas.

Eu não sou especial. Eu não sou veterano de guerra. Eu não fiz um gol histórico. Eu não comandei uma empresa famosa. Eu não fundei uma compania bilionária. Eu não sou campeão de um jogo de video game. Eu não fui o amor louco da vida de uma mulher que se lembra de mim mesmo na velhice.  Eu sou só mais um homem submediano no mundo fadado a trabalhar a vida inteira e morrer sendo que depois de 1 ano ninguém mais irá se lembrar de mim.

A única coisa que pode me salvar nessa vida é ser milionário. A única coisa que eu sei fazer é privar meu cérebro de desejos e olhar uma meta de bater o milhão. É só isso que eu sei. E caso eu consigo ser milionário todo meu fracasso e inaptidão em todos os setores da vida serão cancelados. Por isso eu não paro até conseguí-lo. Não importa com que idade. Não importa se com câncer. Não importa se no leito de morte.

É só nisso que sou bom. Não tirem de mim o único talento que tenho.

Outros posts da série de tristezas do pobretão (mais atuais, tem muito mais, pesquise na tag “tristeza”):

A tristeza de ser um pobre mandado por chefe
A tristeza de ser um pobre que não fez Medicina
A tristeza de ser um pobre em um curso de ricos
A tristeza de fazer aniversário sendo pobre
A tristeza de ser um pobre em festa chique de ricos
A tristeza de ser um pobre feio não desejado por mulheres

Forte abraço!




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